A síndrome do intestino irritável já foi considerada uma doença psicossomática, mas com a constante evolução dos estudos, atualmente sabemos que ela é multifatorial, ou seja, existem inúmeros fatores que quando interagem entre si, desencadeiam a doença.
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Os principais fatores, entre outros seriam: uso de antibióticos, infecções intestinais prévias, fatores genéticos e ambientais, inflamações, alergias, histórico social na infância... todos estes, quando se encontram, podem promover interações e como consequência teremos alterações nos movimentos intestinais, alterações neuronais intestinais (neuropatia entérica), alterações da microbiota, aumento da permeabilidade da mucosa, aumento da sensibilidade dos órgãos (um estímulo que em outras pessoas poderia passar despercebido, nos pacientes com sii gera dor/desconforto), processo alterado da percepção do sistema nervoso central, distúrbios psicológicos.
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Uma doença tão complexa, que gera tanto sofrimento e com tantas possíveis causas não poderia ter um tratamento “receita de bolo”. O tratamento visa o alívio dos sintomas, o tratamento de doenças associadas, uso de medicações sintomáticas (para controle da diarréia, da constipação, da dor...), os antidepressivos (tanto na modulação do estresse quanto da sensibilidade intestinal), correção dos distúrbios do sono, das intolerâncias alimentares, ajuda da psicoterapia, terapia cognitivo comportamental, meditação e acupuntura.
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É importante frisarmos que trata-se de uma doença crônica, com limitações na qualidade mas possui caráter benigno, que não possui risco aumentado de câncer ou outras doenças mais graves.
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Assim como em qualquer outra doença, é preciso que o médico conheça todos os fatores envolvidos e que o paciente esteja alinhado com o tratamento, pois só um bom entendimento de todo o quadro nos trará resultados positivos.
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Confie no processo!
Dra. Aline Carboni Casado
Médica Gastroenterologista e Endoscopista
CRM: 154332 (SP)
RQE: Clinica médica: 74324 Gastroenterologia: 71554 Endoscopia: 74325
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